SOFRO

Sofro, amargamente, neste mundo desleal

como este de ilusão não há igual

Choro para sufocar minhas dores cruéis

que são grandes e sempre infiéis.

Os meus sofrimentos um dia terminarão

deixando, enfim, em paz, meu triste coração

que, torturado, vive, somente, a sofrer,

a gemer tanto, tanto, que parece padecer.

A padecer tristonho sim, vive agonizante

sem consolo e carinho, em nenhum instante

No entanto, fito essa imensa amplidão

que parece confortar meu pobre coração.

A poetizar vivo, este mundo de além

desabafa as minhas dores e me faz um bem.

Na poesia encontro toda a lealdade

que me leva, com amor, aos degraus da verdade.

Deus me deu belo dom, que é poetizar

com tudo o que me inspira e que me faz sonhar

sonho sempre um dia terei a realidade

de tudo o que fará minha felicidade.

Teresina, 1962.

(Do livro "Caminhos", Teresina, 1986, página 18)

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Francisca Miriam
Enviado por Francisca Miriam em 10/04/2008
Reeditado em 24/11/2010
Código do texto: T939165
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