O sonhador
Vêde estes olhos já sem cores
A boca tão seca em vetupérios
Mãos tão lívidas cheias de almejo
Sleen e uns contos misérrimos
Eis um filho da solidão
Vítima dos próprios pensamentos
Menestrel de sonhos tantos
Homem de peito cravado em tormentos
Por trás de sua cortina de fumaça
Uma vez, viu-se tão largado
Em meio às suas taças e charutos
Pôs uma de suas taças de lado
Tomou em suas mãos amada arma
Um estouro violou todo o silêncio
Ele era o sleen, as taças e saudade
O sonho utópico tornara-se verdade.