Cura-me

Que sol é esse que nasce, mas não traz vida?

Que ilumina, mas não esquenta?

Que se espalha, mas não envolve a todos?

Sol exclusivo. Maldição pressentida.

Dias de solidão e morte anunciados.

Ao Norte, sonhos velados à luz do farol,

Cadente e trêmulo, descansem em paz.

Uma relíquia sagrada a enfeitar a estante,

Ao lado dos troféus invisíveis da vitória.

Moradia do impetuoso vento dos quatro cantos,

Que embarga a voz e liquefaz o suor sem glória.

Cura-me, cura-me!

Ecos de um som sem destino.

Remédio para um ego supersticioso.

Marcelo Maia
Enviado por Marcelo Maia em 11/04/2008
Reeditado em 01/04/2016
Código do texto: T941858
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