Do amor que tive

O que guardo do meu amor

é uma longínqua canção

da cor da noite,

em retesada escuridão.

Os silêncios pálidos,

os murmúrios ávidos,

a fúria, o fogo, a tentação.

Trago em mim

o sabor do beijo

em forma de desejo,

a voz macia

em adivinhas,

as suaves manhãs

e o orvalho que delas vinha,

abrindo em mim

aromas de flor.

Debruço-me sobre a saudade

e as lembranças me invadem,

seus abraços, sua boca,

sua ânsia tão louca

em ter-me todas as manhãs

agora são apenas vestígios,

sobras de imagens em mim,

na memória de meus dias,

em minha solidão sem fim...

Francis Faria
Enviado por Francis Faria em 12/04/2008
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