Manhãs
Anoiteço a cada manhã,
Adormeço quando já é dia...
Sinto a aspereza das mãos,
Sinto o cheiro das pinhas.
O que me revela é o silêncio,
E tudo aquilo que não penso.
Ando vazia de sonhos...
Ando cheia de entrelinhas.
O que me vira do avesso,
É o que já não acredito.
O que me fascina e surpreende,
É o que já não mais me escuta.
Quero o vôo das aves,
O gosto das maçãs...
Quero toda a liberdade
Que nasce a cada manhã...
Sei que nada mais importa,
A não ser as frases ditas.
Sei que nada mais retorna,
A não ser a solidão maldita...
Encontrei este poema (meuzinho) perdido na Internet de agosto/2001 e resolvi publica-lo aqui.