Manhãs



Anoiteço a cada manhã,

Adormeço quando já é dia...

Sinto a aspereza das mãos,

Sinto o cheiro das pinhas.

O que me revela é o silêncio,

E tudo aquilo que não penso.

Ando vazia de sonhos...

Ando cheia de entrelinhas.

O que me vira do avesso,

É o que já não acredito.

O que me fascina e surpreende,

É o que já não mais me escuta. 

Quero o vôo das aves,

O gosto das maçãs...

Quero toda a liberdade

Que nasce a cada manhã...

Sei que nada mais importa,

A não ser as frases ditas.

Sei que nada mais retorna,

A não ser a solidão maldita... 

 

Encontrei este poema (meuzinho) perdido na Internet de agosto/2001 e resolvi publica-lo aqui.

 

Angela Lara
Enviado por Angela Lara em 13/04/2008
Reeditado em 27/08/2012
Código do texto: T943700
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