Eu fico olhando e olhando o teu rosto nesse retrato
Procurando um traço, procurando uma pista
Alguma coisa clara ou bem escondida
Que me mostre quem tu és...
Quem é o homem por trás desses olhos bonitos
Por trás dessa boca bem feita
Por trás dessa pele que o tempo tratou...

Eu olho, olho, paro, analiso, deixo pra lá
Depois volto e tudo o que consigo ver
É que estás lá, estático, indiferente
Que o que tu és independe de mim
Ou de minha tentativa de te saber...

Talvez para isso sirvam os retratos
Para nos eternizar num dado momento
Sem que se revele o que nos vai por dentro...
Podemos insinuar sorrisos que não estamos dando
Podemos esconder todas as pistas,
Podemos ser o que quisermos ser
Naquele momento, feito tu,
Estático, indiferente...
À minha dor...