SER FLOR DE SAUDADE

Nasci de um botão de eternidade

Fendas abriram-se em minhas pétalas

Talhando um novo formato à vida

Fiz-me misto de saudade e pranto

Embalei os sonhos de todo meu tempo

Disfarcei a dor, em cândidos versos

Cresci embebida no néctar de meu cálice

Sorvi todos os sabores oferecidos à flor

Ofertei todos os aromas destilados pelo amor

A existência desenhou meu rumo

E num outono em andamento, murchei-me

Como flor a se despetalar ao vento

Caída ao chão, sobrevivi, pois em adubo

Tornei-me e minha essência perpetuou-se

A construir outros poemas de saudade a amor