Desejo

Sob o teu olhar noturno

Reside uma alma meiga.

Não ousas falar,

Porque não queres me chamar...

Tão pouco não queres inventar

Luz ao escuro.

Mas em sua despojada graça...

Inocência menina provocas a maledicência

Dos meus pensamentos me deixando sem ter o que me agarrar.

Eminente a constante vontade de ir mais além,

Eminente a necessidade para suprir a falta do que não se tem.

Tudo em ti é mania,

É farsa da poesia.

Quero crer que seja apenas fantasia.

Porque no relato dos meus olhos...

És um prazer de viver ...

De coisa proibida,

De algo forte que entorpece o corpo facultando a sanidade

O direito do que não se pode resolver.

Apesar da tua sombra, cuja lei dificulta acesso;

Apesar da moral, cujas mãos é um retrocesso...

Não me empalideces o jeito de te tratar,

Não me envergonhas a vontade de te falar...

Que as vezes, longe do teu mundo, até sinto saudades de você.