Flores de Gelo

Lá longe, sob a fertilidade do barro vermelho,

Há flores e homens, que caminham noite e dia.

Pela rua central da capital...

Vem de todos os lugares,

Vem aos milhares.

Juntam as suas misérias e saudades

Para fazerem a realidade,

Para tentarem viverem o presente e chorarem.

Há flores no jardim,

Há pirâmedes nos altares;

Há silêncio nos palmares.

Pessoas andam e caminham, caminham e andam

Morrem apenas.

A voz que se ouve é de natureza morta...

Ninguém se importa,

Ninguém se importa.

É o abismo das nações é a realidade seca.

Porque as cidades foram programadas para não aceitar os erros.

A missão errante é tão gritante,

Que as vezes penso não existir mais.

De onde se vem,

Parece não identificar para onde se vai.

A vida é bela, mas a arte criada pelas mãos, é uma dor

Que feri incomedidamente a alma.

A natureza é humana,

A natureza humana é fria...

Essa ilha é escura.Vive entre o fogo e a fumaça.

Não há praça para se lamentar,

Não há cor para se pintar...

E as crianças sofrem do riso certo.

De longe se admira o comum do céu, as catedrais...

Os prédios dos poderes divididos e a bandeira inocênte achando que a Gente vive aqui uma democracia.

Sem ir longe, enquanto os dragões mapeam os cantos soturnos...

As luzes, os carros e o poder encombrem as verdadeiras estrelas

Que vagam anonimas pelos cantos, com a desigualdade como nome,

Com a alma amargada pela dor da fome.

Alberto Amoêdo
Enviado por Alberto Amoêdo em 18/04/2008
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