Flores de Gelo
Lá longe, sob a fertilidade do barro vermelho,
Há flores e homens, que caminham noite e dia.
Pela rua central da capital...
Vem de todos os lugares,
Vem aos milhares.
Juntam as suas misérias e saudades
Para fazerem a realidade,
Para tentarem viverem o presente e chorarem.
Há flores no jardim,
Há pirâmedes nos altares;
Há silêncio nos palmares.
Pessoas andam e caminham, caminham e andam
Morrem apenas.
A voz que se ouve é de natureza morta...
Ninguém se importa,
Ninguém se importa.
É o abismo das nações é a realidade seca.
Porque as cidades foram programadas para não aceitar os erros.
A missão errante é tão gritante,
Que as vezes penso não existir mais.
De onde se vem,
Parece não identificar para onde se vai.
A vida é bela, mas a arte criada pelas mãos, é uma dor
Que feri incomedidamente a alma.
A natureza é humana,
A natureza humana é fria...
Essa ilha é escura.Vive entre o fogo e a fumaça.
Não há praça para se lamentar,
Não há cor para se pintar...
E as crianças sofrem do riso certo.
De longe se admira o comum do céu, as catedrais...
Os prédios dos poderes divididos e a bandeira inocênte achando que a Gente vive aqui uma democracia.
Sem ir longe, enquanto os dragões mapeam os cantos soturnos...
As luzes, os carros e o poder encombrem as verdadeiras estrelas
Que vagam anonimas pelos cantos, com a desigualdade como nome,
Com a alma amargada pela dor da fome.