O POETA SEM SONO
Sou apenas um poeta
Que não dorme
Pois o sono lhe some
Que não respira
Pois o ar se retira
Que não bebe
Pois a água se esvai
Que não tem visão
Pois seus olhos se cansam
Que não escuta as palavras
Pois elas se emudecem
Que não sente o cheiro
Pois o perfume se extingue
Sou apenas um poeta
Sem nome, sem sono
Sem fome, sem dono
Sem pranto, nem canto
Sem mim, não sou nada
Comigo, sou menos
Não sou da manada
Nem sou tão pequeno
Sou forte, valente
Escrevo – sou gente
Escravo – contente
Das palavras amenas
E dos doces poemas