Na doçura do fel

 
Muito longe do amor estive.
Distante de tudo que é cor.
Por que a indiferença revive
Em mim um prato sem sabor.
 
Qual Judas fui real traidor
Do meu guia e espelho mestre.
Recebi moedas sem valor
E fugi em galope como a peste.
 
De tudo lucro um aprendizado,
A graça em mim pode ser traça
Corroendo em civilizada marcha.
Ainda que perdão eu não careça
 
Sei que do Alto há recompensa
Em nota altiva e firme sentença.
De teus beijos quero florir meu dia
Amanhã e ouvir flutuante melodia.

~*~

Dou parte dos créditos ao Cleber Vinicius de Lima Brito,
pois foi após a leitura de seus poemas
“Eu sou fel” e “Soneto do Chicote”
que minha alma sossegou com este [Da Doçura do Fel].
 
 
 
Imagem do santo google: memoriasdeumavida.blog.com
meriam lazaro
Enviado por meriam lazaro em 21/04/2008
Reeditado em 10/03/2010
Código do texto: T955033
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