Pois bem, meu amor, hoje não haverá lua cheia

Hoje na praça não haverá teatro nem poesia

Não é primavera, os beija-flores não nos rodeiam

Dar-te-ei pouco das mil coisas que [eu] queria;

Porém, meu amor, não deixarei que seja triste

O hoje que de tudo que é mais belo, não terei você

Não deixarei que o que dois sentimentos bons uniste

Seja deixado, por falta de calor que emana ao te ver.

Hoje, meu amor, não riremos dos loucos na rua

Não veremos casais idosos com todo o amor que flameja

Não lhe escreverei com pressa, desejando a boca tua

Tudo bem, meu amor, se assim deve ser hoje, que seja!

Não poderei acariciar teu rosto que lembra a pluma

Não olharei, meu amor, em teus olhos que, a paz, emanam

Mas hoje eu posso lhe dizer que de forma alguma

Irei chorar ou invejar ao ver os de bem que se amam.

Terei hoje, meu amor, um dia longo como um ano

E década será pra mim, se na semana eu não lhe ver

Se algo me deixará inquieto, somente será o tirano

alheio e perverso que hoje não poderei deter.

Se soubesse ao menos um pouco, se sentisse, meu amor

O que sinto, que penso, pretendo e mais quero agora

Saberia, entenderia e não haveria nenhum rancor

Nenhuma culpa, como do tempo não ter culpa da demora.

Hoje, meu amor, não será um dia triste ou de se sentir só

Será um dia de lembranças, saudades e não me espantaria

se do olhos me cair uma fugitiva lágrima, ou da garganta dar nó

Pois hoje, meu amor, eu preciso saber que por nós, terá alegria.

Se chover, meu amor, eu irei cantar na chuva, me banhar

Ver se lavo a alma, e vou-me embora, chorando, mas de alegria

De saber que por mais que haja um promíscuo Éden a nos separar

Foi tudo maravilhoso, meu melhor sonho, e quase tudo o que eu queria!

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A uma pessoa mais que especial, que veio como um cometa trazendo boas novas, mas sua cauda deixou rastros que não sei onde...

"Quando eu não estiver por perto canta aquela música que a gente ria, é tudo que eu cantaria e quando eu for embora você cantará"

(Oswaldo Montenegro)

Te adoro mais que tudo!