No dia de São Jorge

O que eu queria esquecer

ficou no fundo do copo mal lavado

no qual bebi minha cerveja.

O que eu não queria lembrar

amassei no maço

e a fumaça do cigarro levou para o ar.

O menino que vendia Bis

ouvia e não entendia nada,

mas me fez sorrir.

Hoje, não fui trabalhar:

sujei os meus pés de areia,

molhei meus pensamentos de mar.

O mar deste rio.

Quebrou-se o poema,

partiu-se o problema,

um pedaço da mente já pode ir dormir.