EU SOU O QUE SOU
Eu sou o que sou
Não sou mais
Nem sou menos
Sou um doce veneno
Que adoça demais
Eu sou o que sou
Sou uma alma perdida
No meio da floresta
E só a mim, o que me resta:
Viver como árvore da vida
Eu sou o que sou
Sou o gênio do amor
Que brota em margarida
Vive como flor decaída
E morre quando o sol se pôr
Eu sou o que sou
Sou um guerreiro valente
Que luta pelo prazer de lutar
E nasce com o fim de brotar
Uma alma que brota semente
Eu sou o que sou
Sou o sal da terra
Que salga desde o poente
E salga descontente
O amor de mar e guerra
Eu sou o que sou
Sou o filho do destino
Que começa na infância
E, no deserto, sempre com ânsia
Vive um filho beduíno
Eu sou o que sou
Sou o amor que arrebata
O deserto que é sempre eterno
O olhar que é sempre no inverno
E o verde doce da mata
Eu sou o que sou
Sou o ciclo do início ao fim
Sou o amor que tão logo eu quero
Quero amar de um amor tão sincero
Quero andar com meus passos, enfim.