AS RELIGIÕES E O SEXO
Por que rodeiam as religiões
Em torno do mesmo sexo?
E fazem tantas proibições
Em volta de um tema complexo?
Pode um instante da vida
Feito de modo tão terno
Tornar uma alma perdida
E levá-lo de volta pro inferno?
Pode um simples ato de amor
Feito de forma tão natural
Levar os amantes à dor
De um terrível pecado mortal?
Pode um simples momento
Feito de forma dantesca
Derrubar todos os fundamentos
De uma catedral gigantesca?
Pode um ato envolvente
Vivido por muitos casais
Ser tratado de modo inclemente
E levado a todos os tribunais?
Pra conter as muitas paixões
Criam-se muitos arreios
Para deter as tentações
Pondo-lhes muitos freios
Pois o sexo é muito bravio
Corre como um potro selvagem
É como a força de um rio
Que deságua para além da margem
Criam-se regulamentos
E normas de conduta
Para deixar em tormento
As “santas” prostitutas
Criam-se muitos castigos
E severas punições
Fazendo de inimigos
Aos pérfidos garanhões
Criam-se tradições
Para evitar a forma nefasta
Das muitas humanas paixões
E tornar as mulheres mais castas
Criam-se muitas leis
Para se evitar as mazelas
Mas comigo eu não sei
Quantas se casaram donzelas
Criam-se regras tão duras
Para escravizar-se a mente
Tornando-se a criaturas
Figuras tão impotentes
Pois as regras tão inclementes
Feitos de modo primário
Vão tornar os homens potentes
Em simples celibatários
Por que os muitos amores
Entre moças e rapazotes
Incomodam dos simples pastores
Aos grandes sacerdotes?
Mas a grande forma do amor
É um poder forte e duradouro
Pois resiste a toda e qualquer dor
E a todo castigo vindouro
Muitos são condenados
Por serem réus nas traições
Por que não acorrentados
Os que traíram seus corações?
Mas nem toda lei é tão má
Nem todo amor, verdadeiro
Pois qualquer tolo que há
Viola o amor, que é primeiro
Pois o amor que é violado
Traz-lhe uma grande penúria
Por ter sido maculado
Por toda forma de luxúria
Assim entre o amor e a lei
Deve haver harmonia
Pois só se torna um Rei
Aquele que vive em honraria
E só se torna uma Rainha
Aquela que desde a mocidade
Trilha sua sina e caminha
Pelo rumo de sua castidade
Assim a força sexual
Não é um grande tropeço
Nem o pecado original
Pois todo pecado tem preço
Pois entre a água e o fogo
Há uma força tão natural
Pois tudo faz parte de um jogo
A força de uma grande casal.