Soneto das horas vazias

SONETO DAS HORAS VAZIAS

Nem tanto pela pedra

Onde a retina do poeta esfolou-se

E não fugiu à memória

De tão labirinto caminho.

Nem tanto...

Mais pela tristeza.

Escrever como passar à limpo

O rascunho das horas vazias.

Nem tanto pela ausência.

Mais pelo silêncio

Que cai como um cisco no olho.

Nem tanto pela boca

Escondida ao calor da língua,

Mas pelo beijo mofado.

Sozinho, meu abraço procura um sorriso.

Aldo Guerra
Enviado por Aldo Guerra em 09/01/2006
Código do texto: T96219