Soneto das horas vazias
SONETO DAS HORAS VAZIAS
Nem tanto pela pedra
Onde a retina do poeta esfolou-se
E não fugiu à memória
De tão labirinto caminho.
Nem tanto...
Mais pela tristeza.
Escrever como passar à limpo
O rascunho das horas vazias.
Nem tanto pela ausência.
Mais pelo silêncio
Que cai como um cisco no olho.
Nem tanto pela boca
Escondida ao calor da língua,
Mas pelo beijo mofado.
Sozinho, meu abraço procura um sorriso.