MUTIRÃO
Em meu peito brota a revolta
por tanta gente sofrida
que passa a vida indormida,
preocupada com o pão.
De que adiantam as batalhas,
travadas em pleitos escusos,
se continuam os abusos
apodrecendo a Nação?
A luta, porém, continua,
as mãos limpas, sempre nuas,
e em todo peito que vibra
procurando a solução.
O corpo, às vezes, fraqueja
sem ninguém que o proteja
cai, definha, vai ao chão.
Mas a esperança é tão forte
que enfrenta a própria morte,
e prossegue em mutirão.