UM TOQUE DE DEUS

Meus amigos, quem, dentre vós

teria feito um ato igual

àquele de 25 e 26/junho/79

deixando-se tocar pelo dedo de Deus

ao terminar a noite e o raiar do novo dia

quando os meus inimigos lançaram a todos

a dúvida atroz contra mim?

Quem sairia do aconchego familiar

da cama ou da rede macia

do aposento acolhedor

e iria atender a um apelo

e enfrentaria o desconhecido

de pessoas inseguras e más

capazes de violarem, friamente,

os mandamentos da lei de Deus?

Quem, dentre vós, amigos,

iria ao meu encontro

com o corpo todo

e com o restante da existência

revestidos da coragem

própria dos valentes

não fazendo-se de Pilatos

ou de Judas Iscariotes?

Eis que o homem-amigo,

o colega profissional

Valdei Manoel Rodrigues

quem, dentre vós foi chamado

e, prontamente, se fez presente

evitando a consumação

de um dos mais bárbaros crimes

que é um inocente ficar injustiçado!

Afora este ato de bravura

foram-me acrescentadas atenções marcantes

de várias outras pessoas

Vamos, pois, amigos e amigo

pelos caminhos muitos da vida

confiantes no poder maior

digno de nos elevar às alturas

bastando-nos, muitas vezes,

somente um toque bem leve

de um dos dedos de Deus.

Teresina, 04 de setembro de 1982.

(Do livro "Caminhos", Teresina, 1986, página 64.)

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Francisca Miriam
Enviado por Francisca Miriam em 28/04/2008
Reeditado em 02/08/2011
Código do texto: T965193
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