Novo homem, novo tempo

Corre do seio o leite que sustenta os rebentos em paz,

prole de terra em desterro, fruto de um ventre qualquer,

faz alusão ao caminheiro que busca o que perdido se foi,

ser ou não a razão da vida e espera ser a verdade que quer.

Solto meu canto nos encantos que a noite me traz,

luas de acalanto, mares sem pranto, uma imagem única,

um corpo, um sopro e no beijo solto, o nu sacrossanto

rasgando o segredo que traz o peito envolto em fria túnica.

Fecho os olhos, talvez tentando ainda ver em mim

resquícios de insana sobriedade, um pacto, uma verdade,

um sopro sem tempo coroando o corpo que aflora em sim,

anistia à louca, amante vívida no inteiro que pontua sua metade.

Onde anda o santo que mostrará o eterno que abriga em si?

Será de momento o sonhado que nunca deixou sucumbir

os próprios devaneios revelados pelas asas da liberdade que sorri

ao ver fendas da verdade, o novo homem que começa surgir.

Aisha
Enviado por Aisha em 29/04/2008
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