Rosa Louca

Hoje vou caminhar ao redor do fogo

E invocar um soneto desconhecido.

Embora não verbe se quer um signo,

vou párir o destino destemido,

Vou sofrer até morrer.

Porque amar...

No começo, no fim ou no meio

Sem um par é ferir consigo.

É andar com a agonia e medo;

E se tem saudade, com ou sem desejo.

É querer dor mesmo.

Porque te amar...

Identificado e vivido.

Te viver...

Durante tantos anos, não sendo tantos anos,

Mas te amando, embora cativo...É viver.

É ver o desconhecido e divagar num sentido.

Ah...Quantas manhã em segredos?...

Quantas estrelas no firmamento nu

De uma escuridão sem voz,

De um silêncio noturno com nós,

De tantas vogais febris trocadas ainda na boca,

De tantas loucuras servidas, sem saídas ainda entre as paredes.

Ah!...Já me basta ter vivido.

Eu não quero ser dessa terra, ser o vidro...

Eu não quero ser eterno,

Mas quero ser o que aprendi contido.

Quero ter um filho,

Quero revolver o inibido,

Quero ver o sol nascer...

Quero ter envelhecido para ver morrer a luz do meu narciso...

E te dizer com um último sorriso...

E te dizer com uma flor nas mãos...

Que eu apesar das lágrimas, das tristezas reconhecidas,

De tudo que vivemos proibido...Eu amo você.

Alberto Amoêdo
Enviado por Alberto Amoêdo em 30/04/2008
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