A VIDA DAS ABELHAS

Vicejam em todas as matas

As abelhas operárias

Que levam vidas tão castas

Em suas vidas comunitárias

São filhas da mesma matriz

Pois não agem de forma sozinha

Vieram todas da mesma raiz

A Grande Abelha Rainha

Moram em comunidade

Vivendo em grande labuta

E assim em pé de igualdade

Vão todas para a mesma luta

Cada uma tem sua função

Cada qual com seu papel

Umas são como o guardião

Outras, com os favos de mel

Elas são grandes batalhadoras

Trabalhando de forma braçal

Agem como manipuladoras

Do néctar, pólen e da geléia real

E assim as valentes abelhas

Vão para o florido mato

Como vão as brancas ovelhas

Atrás do seu precioso pasto

Elas voam pelo bosque adentro

Atrás de suas amigas flores

Para recolher o mel – seu intento

E retornar à colméia de olores

Mas os fogosos zangões

Estão sempre à cata

Sem os valiosos ferrões

Atrás das abelhas da mata

E as abelhas que voltam

Com seu pote de mel

Fazem pra todos que habitam

Uma porta para o céu

Mas quando a vida aperta

As abelhas operárias

Ficam todas alertas

Como guerreiras funcionárias

Expulsam do seu ninho

Seus companheiros-zangões

Pra seguirem seu caminho

Como pérfidos garanhões

Mas os pobres tão machos

Passando fome e necessidade

Vivem como tontos borrachos

Atrás de um mel de verdade

E, no mato, a se cambalearem

Vão para a colméia vizinha

Para todos fecundarem

A doce e virgem rainha

E o destino final

De tão louca aventura

É a cópula fatal

Voando a grandes alturas

Pois no vôo nupcial

Copulando com todo fervor

Perdem de forma total

Seu grande órgão criador.