Na ordem do eterno

O navio navegava como um sonho sobre as nuvens

O mar abria os seus lábios vermelhos para o naufrágio

Mas eu ainda não havia chegado ao horizonte

Eu trazia as mãos carregadas com o ouro do arco-íris.

Os meus olhos estavam molhados do azul do céu

As águas do mar escorriam assustadas dos meus olhos

As minhas lágrimas não conheciam as praias desertas

Não era a hora do medo, da noite, do abismo final.

O meu navio ainda vai navegar por longes ondas

O mar vai crescer e se transformar ao meu comando

O meu sonho se desdobra maior do que o universo

Tudo estará perfeito como uma pedra, como uma estrela

São meus todos os caminhos, são minhas todas as paisagens

Os meus pés pararão quebrados, em cruz, na ordem do eterno.