DOCE FÊMEA

A água azul rouba

da lua sua alma brilhante

enquanto um alvo corpo em febre

desliza com cabelos em chamas

seduzindo sem pudor (todas) estrelas

na noite rouca.

Meus olhos sofrem

na impaciência da imaginação

na solitude da distância

da noite pouca.

Meu coração senzala teme

um sol que ameaça

tecer raios que nos dispersem

em partículas de pólen.

Á parte, uma orquídea fantasma

alicia meus desejos

de tornar-me o vento

nesta noite louca.

2006