O TEMPO
O que fui?
O que sou?
Onde está meu ímpeto juvenil?
Meu espírito varonil?
O negror dos meus cabelos?
A beleza de minha face?
A força dos meus músculos?
A excitação dos meus sentidos?
Ah... o tempo,
Maldito tempo!
Passa, voa...
E quando percebo...,
Sou apenas o que sou:
Ponderado,
Cabelos grisalhos,
Rosto ficando enrugado,
Músculos já um tanto flácidos,
Sentidos acalmados.
Intacta, apenas a força do espírito me resta.
E me basta!
Curtir este momento,
Buscar no sentimento
Da saudade daquela idade,
A força da felicidade
De ter vivido o que vivi,
De ter visto o que vi,
De ter sentido o que senti.
Não posso é lamentar
O tempo que passou
E continua passando.
Eu aqui estou e aqui vou ficar,
Feliz e altaneiro,
Desfrutando o seu passar,
Lutando pela vida,
Como intrépido guerreiro,
Até o meu dia chegar.