ESFERAS LUMINOSAS

Pela noite os acordes do "Noturno em Mi Bemol" de Chopin,

rasgando o silêncio dessas horas encantadoras

nas quais me debruço e me empolgo,

saindo a minha alma do esfarelar do ser corpóreo,

e esvoaçando pelas aragens luminosas,

onde as falenas rebrilham e ofuscam o universo poético,

do qual estou tão próxima.

Oh, lampejos que desmaiam pelas nebulosidades,

coroando as etapas da viagem do ser.

Perdida na Imensidão, a minha voz grita o Belo, o Real,

o Gigantesco de toda essa Vida etérea, ameníssima,

que marcha na Noite dos Tempos!...

Que enriquece e exalta os nossos olhos sombrios...

No nevoeiro do ser corpóreo.

Oh, vislumbrar essas aragens divinas,

essas Esferas Luminosas,

ao encontro do sublime que perpetua o Incomparável.

Oh, Vida Cheia que desprende-se

das auroras prateadas do Porvir.

Oh, dormir o sono ameno, vivificante, que agiganta,

as figuras, vultos angélicos no esfumaçar grandioso

das Esferas Reluzentes.

Aninha Caligiuri
Enviado por Aninha Caligiuri em 12/01/2006
Código do texto: T98029