ESFERAS LUMINOSAS
Pela noite os acordes do "Noturno em Mi Bemol" de Chopin,
rasgando o silêncio dessas horas encantadoras
nas quais me debruço e me empolgo,
saindo a minha alma do esfarelar do ser corpóreo,
e esvoaçando pelas aragens luminosas,
onde as falenas rebrilham e ofuscam o universo poético,
do qual estou tão próxima.
Oh, lampejos que desmaiam pelas nebulosidades,
coroando as etapas da viagem do ser.
Perdida na Imensidão, a minha voz grita o Belo, o Real,
o Gigantesco de toda essa Vida etérea, ameníssima,
que marcha na Noite dos Tempos!...
Que enriquece e exalta os nossos olhos sombrios...
No nevoeiro do ser corpóreo.
Oh, vislumbrar essas aragens divinas,
essas Esferas Luminosas,
ao encontro do sublime que perpetua o Incomparável.
Oh, Vida Cheia que desprende-se
das auroras prateadas do Porvir.
Oh, dormir o sono ameno, vivificante, que agiganta,
as figuras, vultos angélicos no esfumaçar grandioso
das Esferas Reluzentes.