MADRUGADA ETERNA

MADRUGADA ETERNA

É engraçado como o sonho se vai

Feito um gozo desprovido de desejo

Feito o apagar das luzes dos prédios

ao cair madrugada

O arrepio em minha pele

escorre meu corpo lentamente

É seu toque

que passou num passado distante

e entoou meu fado

Minhas letras já não falam mais de amor

Meus olhos já não brilham sem luar

E a fada que me sorriu madrinha

Faz-me visitas

esporadicamente tristes

A menor distância entre a lembrança e a saudade

É o que se viveu

Quando foi bom

Diante da avenida movimentada

Deposito meus pesares

nos ruídos velozes que velam verdades incompreendidas,

as feridas voam junto

e as falácias de amores eternos...

e os sonhos...

e as realidades

apagam-se lentamente

feitos as luzes dos prédios

ao cair madrugada.

Clebber Bianchi
Enviado por Clebber Bianchi em 08/05/2008
Código do texto: T980482