Sussurros e exalações

Ouçam as Vozes que revigoram o eu profundo.

Na escalada do monte alvorescente

cintila o desabrochar do porvir risonho.

Enfileirados estão os florescentes ramos luzindo

e entortados pelos ventos que sopram

para as Imensidades.

Há barulhos, estrondos de vãos simulacros

em aparentes rumores para as estações

que se transformam.

Ouçam o repicar das Vozes Sussurradas

pelas brumas que desmaiam ameníssimas

no trovoar das partículas multicores...

Dos astros rebordados de luzes

no frescor da noite imensa,

entregarem-se no sopro que conduz ao cume,

ao mais alto perceber do Etéreo,

nas faiscantes rumagens pelo Clareado de Prata!

Ouçam os sopros gélidos que conduzem

às brisas cheias de perfume inebriante,

dedilhando nas floragens rebuscadas de sóis.

Vencendo a caminhada.

Escorregando nos escombros.

Renascendo nas exalações.

Impregnando no esvoaçar.

Encontrando-se nas sondagens.

Buscando a estrada infinitesimal do Tempo.

Florescendo na candura.

Resvalando no ameno.

Assoprando no macio.

Flutuando no divino.

Incorporando na fumaça enevoada.

Captando nos céus a refrescante alvura.

Conduzindo o dulcíssimo emanar

pelas rochas rosadas do anoitecer venturoso,

e na contemplação dos brilhantes rumos...

Abrigando as sinfonias.

Tremulando como as borboletas.

Beijando as flores molhadas pelas gotas de chuvas,

que cobrem com os seus tapetes respingados de luzes.

Os ramos luzentes reverdecem de frescura

contendo no seu âmago o cordão augusto e luminoso,

da grandiosa busca até a mais alta perfeição,

nas estradas que ainda chegarão

na noite eterna dos tempos...

Buscando nas sondagens mais íntimas as respostas

para o seguimento de toda essa vida ameníssima,

matizando com pinceladas douradas

a tela suprema da grande chegada!...

Dormindo para sempre nessas Brumagens Azuis e suavíssimas.

Aninha Caligiuri
Enviado por Aninha Caligiuri em 12/01/2006
Código do texto: T98057