P'ra cantar madrugadas
Campeio estrelas, pra contar nas madrugadas
Tornadas longas pra quem, solito mateia
Pois no império dos galpões encontro tempo
P’ra inspiração das rimas, que me “rodeia” ...
Ser peão de estância, foi o que Deus me legou
Trago nos bastos uma estampa, de fronteiro
Enforquilhado num tostado campo a fora
Reponto estrelas com cismas, de guitarreiro ...
Nas noites claras tendo o céu por testemunha
Um assovio se faz presente em melodia
E vai vagueando noite à dentro pela estância
Palmeando estradas com sede, de sesmarias.
Ecoa triste, nos juncais lá do banhado
E faz costado ao relincho da potrada
De gole em gole vou cevando mais um amargo
E campeio estrelas pra contar nas madrugadas
Que tornei longas, de tanto matear solito
Campeio estrelas pra contar nas madrugadas.
* Participou do 3º Canto da Terra, São Gabriel-2000.