ALIMENTO

Um pardal no meu jardim

de cimento, biqueiro

e visão que enternece,

ignora e dele a angústia

eviterna pelo minuto

de um sorriso que nada evoca.

Quer um alimento

e nada transparece

em súplica ou bramir.

Sem sombra de tédio,

na irrequietude de um corpo são

e na do meu despertar efêmero,

é tosco no jardim.

Frio de cimento.

Vem e fita grãos

espalhados, ordenados

pela natureza, que na maneira

do mistério de pré-saber, oferta.

Logo, ilusão, desvanece.

E um abismo na tarde recolhe as sobras.

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ALFREDO ROSSETTI
Enviado por ALFREDO ROSSETTI em 11/05/2008
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