HOMEM DE PEDRA
O poeta à surdina do colo do quarto
Num segundo exaurido, entre a dor e a desgraça ,
Quando a necessidade não abriga mais esperanças...
A sua alma percebe a essência de uma vida, que pulsar deitada sobre a morte
E faz renascer do anônimo absurdo a luz a um mundo, cujo espírito subordinado por tamanha escuridão se volta para redimensionar a realidade caótica quase perdida.
O poeta é um encantador...
Um pintor mágico, que ousa brincar,
Mostrando que a dor é uma substância feita de sentimentalidade.
É que qualquer que seja a cidade,
O ser, o homem é humano para buscar uma nova verdade.
O poeta desenha as letras incorporando-as as imagens, mexendo como o coração, Formando opiniões ao redor de um sonho, como criança sem maldades.
O poeta sem sair de casa já foi um trabalhador,
Já foi um político, já foi um mendigo, já foi um cantor,
É um eterno amante, um vigilante de universos sem par.
O poeta viaja...
Vai à Paris,
Vai a Roma,
Vai à miséria,
Vai a falta de respeito,
Vai ao povo.
O poeta é um pensador...
As vezes é Esparta;
As vezes é Atenas...
Na maioria das vezes é um desertor,
Inventor, um naufrago além mar...
Um preso liberto dessa Democracia, que dentre tantas falas, tantas agonias tarda em no nosso século, ainda não acontecer.
O poeta é um ouvidor,
Uma espécie de senhor, que não tem idade,
Normalmente ouve das coisas;
Ouve das pessoas;
Ouve do mundo aquilo que eles gostariam de tornar público.
O poeta, as vezes é um fingidor.Na maioria das vezes,
Na sua eterna efemeridade vive entre o amor e a dor.