HOMEM DE PEDRA

O poeta à surdina do colo do quarto

Num segundo exaurido, entre a dor e a desgraça ,

Quando a necessidade não abriga mais esperanças...

A sua alma percebe a essência de uma vida, que pulsar deitada sobre a morte

E faz renascer do anônimo absurdo a luz a um mundo, cujo espírito subordinado por tamanha escuridão se volta para redimensionar a realidade caótica quase perdida.

O poeta é um encantador...

Um pintor mágico, que ousa brincar,

Mostrando que a dor é uma substância feita de sentimentalidade.

É que qualquer que seja a cidade,

O ser, o homem é humano para buscar uma nova verdade.

O poeta desenha as letras incorporando-as as imagens, mexendo como o coração, Formando opiniões ao redor de um sonho, como criança sem maldades.

O poeta sem sair de casa já foi um trabalhador,

Já foi um político, já foi um mendigo, já foi um cantor,

É um eterno amante, um vigilante de universos sem par.

O poeta viaja...

Vai à Paris,

Vai a Roma,

Vai à miséria,

Vai a falta de respeito,

Vai ao povo.

O poeta é um pensador...

As vezes é Esparta;

As vezes é Atenas...

Na maioria das vezes é um desertor,

Inventor, um naufrago além mar...

Um preso liberto dessa Democracia, que dentre tantas falas, tantas agonias tarda em no nosso século, ainda não acontecer.

O poeta é um ouvidor,

Uma espécie de senhor, que não tem idade,

Normalmente ouve das coisas;

Ouve das pessoas;

Ouve do mundo aquilo que eles gostariam de tornar público.

O poeta, as vezes é um fingidor.Na maioria das vezes,

Na sua eterna efemeridade vive entre o amor e a dor.

Alberto Amoêdo
Enviado por Alberto Amoêdo em 15/05/2008
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