Meu Primeiro Poema Livre
Meu primeiro poema livre
eh um chamado de atencao;
pra esse ente do futuro
habitante do espaco internautico
criatura que me ofusca, esconde,
abafa, me deixa no anonimato.
Que nao tem corpo, que nao tem dor,
que nao tem medo, que pouco fala de amor.
Meu primeiro poema livre nao tem sotaque mineiro,
nao vive em pais estrangeiro, nao conhece saudade.
Nao tem lingua patria esse desbocado inconsequente.
Nao eh filho de pais ou continente.
Nasceu do meu emocional,
vagueia por entre gente,
um fantasma sideral.
Meu poema eh livre feito alma
que se desacorrenta das limitacoes
de um corpo minusculo e acabado pelo tempo.
Nao tem metrica, nao tem rima,
nao eh menino nem menina:
eh fluidico e iluminado: rabo de cometa no firmamento.
Meu primeiro poema livre
eh pra essa letra negritada, acesa, vermelha
que lembra um "franzir de sobrancelha".
Enganadoras, emocoes na tela!
Gargalhadas em muitas bocas!
Um choque nos sentimentos.
Contrastes: bem ou mal humorados,
discursos apimentados.
Meu primeiro poema livre
eh um afago na memoria incansavel,
um plug conectado, fhash desaforado
que afugenta qualquer racionalidade dos normais
e impertinente desassossega muita mente.
Meu primeiro poema livre
eh pra esse desgracado
que, sente sem existir
e se existe eh pra mentir
enfeitar a realidade, iludir.
E segue com seus disparates
vendendo lata enferrujada
como ouro de cem quilates.
E me habita esse mostro incompreensivel
a quem dedico esses versos:
misturado, embolado mas, poderoso,
expontaneo, artista da fantasia,
meu avesso, meu contrario.
Um inibidor: esse apelido ordinario.
Frente a ele, nao sou Rosa, nem Maria.
Meu primeiro poema livre eh um trofeu
Melhor seria um premio nobel
Divulgado em toda parte.
Um choro eterno da vida real,
enxugado por um nick virtual,
disfarcado por JOTAPATI.