VIRGEM MARIA

Á beira do lago com águas cristalinas
Tal qual um espelho a refletir o céu
Eu a vejo, sentada sobre a pedra
Meditando, com o rosto sob o véu.

Observando-a de um lugar distante
Temo por meus próprios pensamentos
Que eles não perturbem essa paz reinante
Nem a sublime oração que permeia o vento.

E ali fiquei. Sentado por horas a fio
Tentando inutilmente encontrar a luz
Mas nem a paz, serena e radiante
Livrou-me da angustia de tamanha cruz.

Por não me ser possível, esse tal enlevo
Uma dor profunda me invade a alma
Por mais que procure desvendar segredos
Não encontro paz numa tarde calma.

Queria poder chegar bem mais perto
Pra talvez, que sabe, num olhar oposto
Descortinar a paz que tanto procuro
Na simplicidade de um sereno rosto

Como uma miragem elevou-se de repente
Sem qualquer pedido, levou minha cruz
Deixando o lago cheio de estrelas
E no meu coração uma eterna luz.
Agamenon Almeida
Enviado por Agamenon Almeida em 18/05/2008
Reeditado em 05/07/2008
Código do texto: T994642
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