O SOM DO VAZIO

Escuto o som do silêncio

No meu quarto a vagar

Nada ouço - a não ser o ar

Apenas o barulho do nada

E o marulho do mar

Que me ensurdece

E o meu coração endurece

Para ouvir tal música parada

Mas que me aquece

Como o calor da mulher amada

Escuto o som do vazio

Como o silêncio de um rio

Que me preenche o ser inteiro

E escuto de modo sobranceiro

O mesmo som, que é primeiro

Que me preenche o meu ar

Que de tão inflamado

É como um ser encorpado

Insuflando meu trágico pesar

O som do nada

É como um som intestino

Preenche meu ser menino

E vagueia como luz dourada

Minha alma em grande bem-estar.

Pedro Ernesto Prosa e Verso
Enviado por Pedro Ernesto Prosa e Verso em 19/05/2008
Reeditado em 24/06/2008
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