NUNCA TE CALES (Oposição ao "Elogio ao Silêncio")

Nunca te cales! Tudo o que pensares,

deves dizer, em todos os momentos,

para que outros não pensem, se calares,

que tens vergonha dos teus pensamentos!...

Nunca te cales! Se abrigas, no seio,

um sentimento divinizador,

proclama, pelo mundo, sem receio,

a beleza imortal do teu amor!...

Nunca te cales! Não guardes, contigo,

a mágoa que, ao teu pranto, faz rolar.

Derrama a tua dor num peito amigo

que saiba compreender e consoçar!...

Nunca te cales! Se a morte chegar,

Como o lobo que morre uivando à lua,

deixa, no mundo, sempre, a ressoar,

como lembrança, uma palavra tua!...

Julio Sayão
Enviado por Julio Sayão em 17/01/2006
Reeditado em 17/02/2006
Código do texto: T99871