Noite de inspiração

No cingir da aurora púrpura

Os fadários sumindo perante o fulgor

A mente suja que ofuscar-se igual à negritude

Que antes mostrava o luar e o sonhar

Que no amanhecer o brilho majestoso troca de lugar

Clareia minha pela alva e serene

Num mundo perene e duradouro

A quem vive o homem somente do ouro

No tempo continuo os olhos abertos

As quais viram a madrugada completa

E agora na manhã de domingo perdeste a letargia

As inspirações que da noite viam

Agora no dia monótono estão

No momento reprimido dentro do ser

As aves que cantam minha vida

Parecem padecer a me ver

A monotonia me corroer

Poeta de dia não é nada

No crepúsculo negro é eterno

Fonte inevitável de inspiração

No escuro negro a tinta escreve

Incondicionalmente as palavras dos amores de poeta

Na fadiga do termino

O corpo parece querer-se encontrar ao chão

E consentir a permissão

De o corpo dormir.