O NAMORO DO SOL COM A CHUVA

Do terraço-mirante da casa do sítio

Que apelidei de Vale Luminoso

Homenagem ao “Sendero...”

Vejo um espetáculo brilhante

Lá no horizonte da Serra Geral.

São, talvez, centenas de quilômetros que minhas vistas

Percorrem em fração mínima de segundo.

Testemunho quando o sol e a chuva dão as mãos

Para um passeio matutino.

A chuva são lágrimas de emoção do azul celeste

Em contemplar a paisagem das alterosas.

O sol, esse sedutor maduro e vivido,

Mas incansável no labor de produzir vida,

Usa o seu manto luminoso e seus beijos quentes

Tentando sorver as gotas voláteis.

A emoção que emana desse fenomenal namoro

Surge na forma de um inefável espectro multicolorido.

Eu, espectador mudo

Assisto embasbacado a tudo

Mergulho no meu desejo infrene de viver

Este momento em sua plenitude.