Balanço de domingo
Uma tarde na varanda de algum domingo.
Uma paisagem que o olhar se dispõe a observar.
Um pensamento transparente repousa e, de quando em vez,
pincela expressões que só Monet pode ver
O vento, a paisana, surge timidamente.
Movimenta o balanço
que, acobertado por uma leve camada de poeira,
perde força atritando-se com os calcanhares sobre o chão.
O cansaço se distrai e vai embora
dando lugar a uma sutil preguiça
que avisa em intermináveis suspiros.
Os braços afastados se alongam
junto a um rico bocejo.
A moleza serve ao corpo o cochilo.
Os olhos se embaraçam, e a consciência,
sede ao inconsciente uma nova realidade
O sono e o sonho passam pelo domingo que já vai tarde.