Estranha Agonia

Q'importa o tempo?

Vil espaço de ilusão progressiva

Respostas insanas falam pela alma.

O que antes costumava me guardar,

Agora parte num brigue jaz amodorrado.

Exausto, o pranto que transborda do céu lívido e borbulhante,

Roreja a minha pele ácida de pecados

Desfaz as ânsias que selei ao soar das nênias a cada outono.

Se vai sem desvanecer do mundo

Q’importa as danças?

Os cantos? A vida?

Cada lembrança reverbera meus temores;

Morre comigo em mais um sonho inaugural

Floresce ameno, porém fulminante.

Decreto vida para estar aqui

Adeus silencioso,

Acaricio pela última vez.

Gabriela Malheiros
Enviado por Gabriela Malheiros em 03/02/2006
Código do texto: T107735