PERTO DEMAIS

Sou a que fica de longe
E, quando perto, invisibilizo-me
Não tenho razão
Apenas sentidos e sentimentos.
Amo o impossível
E cato o inatingível
De todas as histórias que teço
E reinvento.
Não quero ser.
Não quero ser nada.
Quero somente estar ausente.
Ausente até de mim mesma
Ausente de você.
Porque não me pertenço
Porque não me pertences
Nem quero que seja assim.
Meus pássaros vivem livres
Minhas preces correm soltas
Meus pés caminham nem sei por onde.
Não quero chegar.
Não quero destino.
Só queria tocar a alma
Do amor inatingível
Deixando lá um beijo
Pequenino e banhado de luz.
Mas até isto é um pouco demais.


Iza Calbo
Enviado por Iza Calbo em 01/08/2008
Código do texto: T1108668
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