Nas asas de um anjo
Dizem que não têm sexo
Esses seres que viajam livremente
Pelo imenso espaço,
Mas, terá essa ideia algum nexo,
Se passo a passo
Vejo um vulto feminino omnipresente?!
Envolta na nevralgia
Incontrolável por tanto a buscar;
A essa nuvem celeste fugidia,
Algodão doce, no céu a flutuar...
Desenterrei um tesouro
Para mim de imenso valor,
Não que se recheie de ouro,
Mas nele está um grande amor!
E eu que pensava
Que o mundo material
Era o que mais me entusiasmava...
Errei, estava redondamente enganada;
Necessito do meu anjo celestial;
Da sua silhueta transcendental
Para eternamente viver realizada!
No felpudo da brancura
Das tuas asas aconchegantes
Sinto-te emanar ternura
Em teus abraços flamejantes...
Carrega-me nas asas tuas;
Transporta-me para outra dimensão;
Faz romper as pedras nuas e cruas
Com o punhal da tua paixão!