cisma

No manto da noite preta

entre as estrelas e a terra

sou viajante avisado

que bom cabrito não berra

Enquanto a estrada vadia

caminha sob os meus pés

sou bicho solto na trilha

da vida solta ao revés

Não reconheço a palavra

falada fora do tempo

é como bala perdida

que vara meu pensamento

Eu já cruzei com boiada

que ia sem cara e sem nome

vagando sem boiadeiro

pra boca seca da fome

Já vi a face do medo,

o lado avesso e o fundo

a banda podre da fruta

o lado escuro do mundo

agora nada me assusta

já vi até assombração

só fico meio cismado

no meio da multidão...

carlinhos matogrosso
Enviado por carlinhos matogrosso em 27/02/2009
Reeditado em 23/04/2010
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