POR DO SOL COMPLICADO


Convidei o meu amor

Para ver o por do sol,

Mas o sol não quis se por.


Quando viu a minha amada,

Ficou todo serelepe

E com cara de moleque.


Não tirava os olhos dela,

Da mini-saia amarela,

E de sua boca vermelha.


Pra conquista seu amor,

Fez-se tremendo pintor

E das nuvens sua tela.


Do azul dos olhos dela

Fez a tinta principal.

Tirou da saia amarela

Um matiz fenomenal.


Misturou lábios vermelhos

Com a rósea cor dos seus seios

Inda colocou no meio

A áurea cor dos cabelos.


E...Malandrice infernal:

Viu a calcinha lilas!

E esta sem-vergonhice

Até me fez passar mal!


Ah! o céu, como ficou!

O artista serelepe

Desta vez se superou!

Que fazer? A minha amada gamou!


Mas lá pras bandas de Minas,

Cantar a mulher alheia

Só dá sangue e confusão.


O Astro-rei bem sabia

Que estas coisas lá em Minas

Rosolvemos com facão.


Vendo-me aperreado,

De mansinho, o safado

Achou melhor se esconder.


Ademais a lua cheia,

Sua mulher ciumenta

Resolveu aparecer.


De braba minguou minguante.

Pôs Don Juan pra correr

La pra trás daqueles montes.


E como tudo acabou?

O meu amor de beijou,

O seu olhar marejou

E a sainha subiu mais;

Ou desceu, eu já nem sei,

E só a grama sabe a história

Que aqui eu não contei