Mágoas

Mágoas

Bom seria me livrar das mágoas.

Fosse possível triturá-las, eu as transformaria

em fino pó,

Que o vento da primavera levasse,

De tal maneira, dispersasse na imensidão

do cosmo,

Que partícula alguma a outra jamais

se aglutinasse,

Para que novas e indesejáveis mágoas se

formassem.

Cabível fosse dissolvê-las, com meu pranto eu

as destruiria,

Fazendo delas indefinível massa, solúvel,

biodegradável também,

Para que mal nenhum causasse mais a nada ou

a ninguém.

Ah! Mágoas, mágoas! Tolas são as mágoas!.

Velhas, recentes, pertinentes, inadequadas,

Constantes, fugidias. Sazonais.

Estranhas e entranhadas são as mágoas!

Nada valem, nada ajudam, serviço algum

nos prestam,

Senão conturbar-nos o espírito roubando

a paz da alma.

Frutos da humana inconsciência de criá-las,

Da tola insensatez de querer cultivá-las,

E estúpida incapacidade de saber descartá-las.

Evane
Enviado por Evane em 07/06/2009
Código do texto: T1637364
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