Em cascos de rolha

Lá, onde o mar não chega

atrás do sol posto,

em cascos de rolha,

descubro o luar...

Lá, onde a vista descansa

da urbe agonizante

é que meus pulmões se refazem

e recebem em dobro o ar purificado.

Aí, fumo só sai da chaminé do telhado

onde todas as noites fervilha um caldo.

É lá, nos prados mais verdes

que o gado rumina o capim da esperança

e a fonte refresca o rubor das maçãs do meu rosto

saciando-me a sede em torrente de abastança.

É lá, que perco a identidade

no meio da natureza...

E, se um dia me encontrarem,

não vou saber quem sou.

Inundada de paz,

para todos os efeitos,

não vou querer ir embora,

vou sofrer de amnésia!

Fana
Enviado por Fana em 20/06/2009
Código do texto: T1658817
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