Nossas Garças

Nossas Garças

Evane A. Barros Barbuto

Inevitavelmente, prendo meus olhos

Nas garças sempre que as encontro.

Escassas e raquíticas elas ainda

aparecem,

Povoando córregos e charcos,

Não perdendo nunca a esbeltez.

Um pouco ariscas, trazem nas penas

um branco encardido das lamas

por onde passeiam.

Por aqui, são assim nossas garças,

Pequeninas, vistosas – gabirugarças.

Para mim, serão sempre belas as garças.

Longamente, eu as observo, os pezinhos

mergulhados onde podem encontrar

peixes e bichinhos que lhes garantam

a subsistência .

Inocentes, miram-se nas águas poluídas

e fétidas,

Enfeitando, com sua elegância, nossos

brejos e riachos decadentes.

Outrora, bem maiores e mais belas,

Emprestavam asas brancas e macias

Que faziam das crianças pequeninos anjos

nas apresentações religiosas.

Uma delas já me fez anjo na infância,

com um par de asas deslumbrantes.

Eu, tenra idade, pequenina, inocente,

Presa àquelas brancas asas,

Quem garante, na vida não vivi,

momentos de anjo, instantes de graças?

Acredito sempre - as garças são cheias de graça.

Evane
Enviado por Evane em 15/07/2009
Código do texto: T1701387
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