Reflexo ao Negro Manto

Cai a noite, desmaiada, e eu não lamento

Traz-me estrelas e Lua pra iluminar os campos

Das noites anteriores, do pranto me lembro

E, não lamento, mas oro: "São tantos, tantos!"

Aos milhões as estrelas se tocam e dentro

Destas luzes que se destacam neste negro manto

Se explodem em histórias, mas eu não me aguento

Eu grito sobre o amor, sobre o sonho e o pranto!

A água, silenciosa, qual brilha a lua ao centro

Reflete mais que luzes, reflete todo o encanto

Alcançar todos os sonhos, eu já não mais tento

Mas esta Lua há de ver o quanto luto! - e quanto!

Todo o sentimento bom que tenho, hoje invento

São resquícios de sabores de quando ainda infanto

E essa dor que insiste em cortar por dentro

Menos vale que um coração utópico a brando

Que a noite que me caiu num breve momento

- Impedindo despedir-me do sol - por enquanto

Não trouxe-me nenhum sorriso, tampouco um lamento

Nem vida ao meu peito ou cor ao rosto branco

Se é pra ceder todo o meu sangue, eu aguento

Eu espero, que entre vida e morte, não almejo flanco

Eu me deito sem saber do sol, eu enfrento

E não me importo de cessar eternamente meu canto

Se das noites anteriores, do pranto me lembro

Não somente me vem à memória todo o pranto

Sorrio, grito, comemoro - Minha paz peito adentro!

Só quero, preciso, agora, merecido descanso...

Por enquanto!

Reflexo ao negro manto! Por hora, me encanto...

Júnior Leal
Enviado por Júnior Leal em 17/07/2009
Código do texto: T1704309
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