FINAL DE DOMINGO
 
Vazio dos amigos que não vieram.
Espectro do telefone que não tocou.
A falta daquele e-mail esperado.
Corações que nunca se abriram.
O tempo, implacável, que passou
e a sensação de ser abandonado.
 
Será fruto da dor ou de um amor
que não se realizou, por ironia
de um sentimento retido e mudo?
Coração e alma em tal desandor,
perdidos numa total desarmonia
com a própria vida e o mundo.
 
Crepúsculo agonizante, sem nada,
nem mesmo a canção derradeira.
A única presença verdadeira
é a ausência da mulher amada.
 
                SP – 19/07/09
Fernando Alberto Couto
Enviado por Fernando Alberto Couto em 19/07/2009
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