Insônia e filosofia
 (Noites ensolaradas) 
 


Essa espuma obesa
Resistente
Grudada na alça porosa do tempo
Em uma noite fria
Converte
O que era insônia em filosofia
E o que era dor em poesia...
 
Sobre a cabeça
Essa ânsia de noites ensolaradas
Debruçadas em todas as direções
Como entulhos interrompendo a caminhada
Frustrando a fuga
Prolongando as Incertezas
Automedicando
Doses diárias de imagens indesejadas...
 
Essa fadiga
Estendida sobre o lençol como uma afronta
Repentina e maldita
Regida pelos Deuses do sono ausente
Dentro da minha mente exausta
Desparafusando o mundo a minha volta
E despertando velhos fantasmas...