UM OLHAR PARA O AMOR
UM OLHAR PARA O AMOR
Apalpo as horas de um longo tempo
que afaga as dores e os lamentos
e vai aconchegando os temores
de malfadados falsos amores
Vasculho as entranhas de amantes
buscando a confiança dos errantes
de cegos tolhidos pela emoção
levados num frenesi de paixão
Pincelo as cores dos meus dias
com tintas das lentas alegrias
sem querer qualquer uma evitar
mas tomá-las em doce saborear
Canto às febrís bocas que gemem
em lábios sequiosos que tremem
invocando as sutilezas
sem sentido das tristezas
Choro rente aos incautos feridos
que se encontram na vida caídos
que só conhecem um vazio torpor
de quem nunca teve um grande amor