Da Tempestade à Bonança

O vento levanta aquelas folhas amareladas

Caídas no agradável outono, recém findado

O Sol se apaga em nuvens escuras e pesadas

Tornando o céu azul-marinho-acinzentado

Os raios cortam o céu de modo assustador

Trovões me silenciam, olhar agora perdido

A janela clareia o quarto, revela minha dor

Clareia e evidencia meus medos escondidos

E dos pingos se faz uma tormenta violenta

Eis que sou invadida pelo frio e pelo penar

As lágrimas que caem também são intensas

Quebram o silêncio em soluços a engasgar

E ao sair desse transe, pude perceber

As nuvens já haviam se desfeito, revelando

Um Sol, já poente, vermelho a me aquecer

Em raios rijos secando todo o meu pranto

Nuvens leves, em algodão macio e suave

De fato doce, para quem se habilita provar

Da janela, em força revigorada que se abre

O cheiro da terra molhada invade o meu ar

E a calmaria estapafúrdia e repentina

Aquietou-me, trouxe-me a paz solene

O arco-íris que em minha vida ascendia

No fim do túnel, uma luz inconsciente

Então levanto, e arrumo o que restou da chuva

E me apresso, viver a vida, agora a cantar

Quanto antes à chegada daquela bruma

Que não tarda o meu canto a silenciar.

Poetisaflor
Enviado por Poetisaflor em 13/10/2009
Código do texto: T1863795
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